segunda-feira, 6 de junho de 2011

Luzeiro Volante é lançado dia 9 na Vila das Artes


“Deixai o mais distraído dos homens mergulhar em seus sonhos mais profundos”




Lançado recentemente no CineEsquemaNovo, em Porto Alegre, Luzeiro Volante chega a Fortaleza. A exibição do longa acontece na próxima quinta (9), às 19h, na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, Centro), com a presença do diretor Tavinho Teixeira. Realizado pela cooperativa paraibana Filmes a Granel com um orçamento baixíssimo de R$ 3.000, Luzeiro Volante teve a co-produção da cearense Donabela Amores e Filmes e dos realizadores Danilo Carvalho (montagem e sound designer) e Fred Benevides (montagem).

O filme é um road movie que passeia por várias paisagens através de um  andarilho que tem fixação por água e energia elétrica. O roteiro surgiu a partir de um processo de separação, conforme conta Tavinho: “A idéia surgiu a partir de um processo de separação da minha filha. Após separar-se do seu companheiro, eu a acompanhei em um filme no interior de São Paulo. Lá conheci a equipe do filme, lancei a ideia e alguns toparam filmar, e isso tornou uma longa história onde o acaso tomou as rédeas, e nós nos deixamos levar por ele na medida do possível, claro”.

O realizador vai estar presente para um bate-papo com o público. A entrada é gratuita. No Vimeo há um recorte do filme e, no blog Vila das Artes, uma conversa com o diretor (veja abaixo).

Sinopse
Deixai o mais distraído dos homens mergulhar em seus sonhos mais profundos: ponde-o de pé, movimentai-lhe as pernas, e ele infalivelmente vos conduzirá para a água. O que faz um homem tentar encontrar e libertar as águas após ser responsável por um apagão numa usina hidrelétrica? Alguns buscam um sentido na vida, outros, simplesmente, vivem.

Ficha técnica
Luzeiro Volante (65 min/ 2011) | Diretor Tavinho Teixeira (PB) | Co-produção (CE) Produtora Vã Ventura | Roteirista Tavinho Teixeira e Fred Teixeira | Diretor de Fotografia Érica Rocha e Rogério Che | Som Danilo Carvalho | Montagem Ely Marques, Danilo Carvalho, Fred Benevides e Juliana Munhoz | Trilha Sonora Original Danilo Carvalho | Produção Tavinho Teixeira | Ator principal Tavinho Teixeira | Atriz principal Mariah Teixeira


Entrevista

Tavinho Teixeira é escritor, ator e realizador do longa Luzeiro Volante, seu primeiro filme. O longa de cara foi selecionado para a Mostra competitiva de longas-metragens do CineEsquemaNovo (que aconteceu em abril deste ano em Porto Alegre). Luzeiro Volante é um road movie que tem como personagem central um andarilho que tem fixação por água e energia elétrica. Tavinho contracena com a própria filha Mariah Teixeira (Baixio das Bestas, de Cláudio Assis).  O filme será lançado no dia 9 de junho (quinta), às 19h, na Vila das Artes. A entrada é gratuita.

Na sinopse do seu filme tem “O que faz um homem tentar encontrar e libertar as águas após ser responsável por um apagão numa usina hidrelétrica? Alguns buscam um sentido na vida, outros, simplesmente, vivem”. E você, o que encontrou nesse filme?
Não sei dizer o que encontrei, mas posso falar do que perdi. Perdi o medo da água, o que também simboliza muito, para mim, o medo da morte.

Como surgiu a ideia de um road-script? E como foi fazer este trabalho?
A ideia surgiu a partir de um processo de separação da minha filha. Após separar-se do seu companheiro, eu a acompanhei em um filme no interior de São Paulo. Lá conheci a equipe do filme, lancei a ideia e alguns toparam filmar, e isso tornou uma longa história onde o acaso tomou as rédeas e nós nos deixamos levar por ele na medida do possível, claro.

Você conseguiu fazer um filme com um orçamento de 3 mil. Como é isso, dá pra fazer cinema com custo baixo?
O cinema encontrou novos rumos, hoje faz-se cinema de todo jeito. Mas o ideal mesmo é que possamos realizar nossos trabalhos/sonhos e pagarmos nossas contas. Acredito que isso ainda poderá ser algo corriqueiro um dia em nosso país. Enquanto isso, continuemos sorrindo.  

Fale um pouco de como funciona a cooperativa.
A Filmes a Granel, cooperativa de qual faço parte na Paraíba, criada por Ana Bárbara Ramos, Arthur Lins e Bruno de Sales, surgiu em maio do ano passado (2010).  Somos vinte cooperados, pagamos uma quantia de R$ 50 por mês, o que resulta em um montante de R$1.000. O Sebrae, que é patrocinador, duplica mensalmente esse valor. Com a quantia de R$ 2.000 fazemos um filme por mês. O material que usamos, a maior parte, é da ABD-PB (Associação Brasileira de Documentaristas – Secção Paraíba), e nós nos comprometemos em ajudar nos filmes dos colegas. O que mais me chama atenção nessa cooperativa é o seu caráter efêmero, ela foi criada pra fazer vinte filmes e depois vai pros ares.  

A tendência é sermos criadores de imagens?
Penso que essa tendência é ainda mais antiga do que a roda. Narciso talvez teria sido o primeiro cineasta. Todo potencial narcísico é um princípio artístico, é um criar imagens.
Creio que o cinema trouxe a possibilidade de termos o nosso registro em movimento gerando, através do espelho (tela), o encantamento e a eternização da imagem. As pequenas câmeras digitais, o YouTube e os demais similares têm produzido em massa essa necessidade de arquivo nessas caixas giga/tera/ultra-potentes. Podemos dizer que isso, hoje, é o grande arquivo da humanidade. Mas mergulhar no lago com Narciso ainda é fazer cinema.     

E agora... 0 que rola?
Tenho trabalhado em filmes da nossa cooperativa Filmes a Granel, em Pernambuco e aqui no Ceará, também em projetos de amigos. Quero filmar ainda esse ano o meu segundo filme. 

Um comentário:

  1. Raissa Maria Queiroz10 de junho de 2011 às 05:09

    Parabéns pelo filme, pela entrevista e por suas ideias deliciosas, Tavinho Teixeira! Encontrar sorrisos e mergulhar nos acasos são lemas para nos encantar. E você transpira isso, amor. Boa sorte, sucesso sempre!! Te amo mais, Raissa Maria from BF.

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